segunda-feira, 10 de novembro de 2008

casa pequena mais de coração grande






ilé asé tí oxún /marcelo tí oxún ... itá do seu filhor de odé no dia 09/011/2008

um grande amigo irmão camarada...

segunda-feira, 7 de julho de 2008

SAUDADE ETERNA








O ULTIMO ADEUS AO BABALORIXÁ VALDOMIRO BAIANO





O ano de 2007 inicia com perdas consideráveis em nossa religião espiritualista.

Morre pai Valdomiro Baiano aos 78 anos de idade. Um dos maiores babalorixás .do país. As fotos mostram centenas de adeptos que foram dar o seu último adeus ao pai Baiano de Xangô. Homem sério, honesto, amigo e com um saber incomparável. Aproximadamente 1.000,00 pessoas compareceram ao cemitério do corte oito localizado no município de Duque de Caxias. Centenas de filhos do Cantois vieram participar do ato fúnebre.

Ao pai Baiano que deixou filhos, netos, amigos e uma linda história tanto de vida quanto espiritual. Tudo já estava preparado para dar início ao ritual exigido por nossa religião.

Foi de uma grande admiração o comportamento dos nossos irmãos. Vários orixás incorporaram em respeito ao acontecimento e a hierarquia espiritual.

Tive a grande alegria de rever grandes amigos como o meu querido irmão Ogã Bambala, Geraldo D’Oxossi meu grande amigo que ajudou a plantar o Ilê da Oxum Apará em Itaguaí, O grande Robinho de Oxoguian sempre amável, o querido radialista Anderson de Oxoguian, a grande mulher guerreira Izabel D’Oyá, o amigo Fafá de Oxossi e muitos outros.

Parabéns a comunidade espírita, seja ela Umbanda, Candomblé ou de qualquer outro seguimento mesmo não sendo espírita. Nesta mesma época perdemos nosso irmão de Xapanã de São Paulo que já me deu a honra de visitar o Ilê da Oxum Apará.

Perdemos também nossa querida fotógrafa Iolanda. Sempre presente e sorridente em todos os nossos eventos. É pura dor e dor que não se cura com remédios.

Adeus meu querido Pai Baiano!

Adeus meu querido irmão de Xapanã!

Adeus Iolanda querida!

Que os deuses os recebam como reis e rainhas...



Axé! Minhas eternas saudades...

SR VALDOMIRO DE XANGO



REVISTA PILARES DA HISTÓRIA
MARÇO/ 2006

Segundo ele(Sr Valdemiro de Xango) , os protestantes são mais organizados politicamente. O candomblé está sempre por baixo, mas ressaltou que essa desunião é hereditária no candomblé, vem da África. Já as nações mediam forças entre si e isso é próprio do candomblé, nós podemos melhorar, mas não tem como acabar com isso. Sobre a nação Efon, nos disse que está preparando sua casa na Bahia e pretende trabalhar por ela. Ainda sobre o candomblé na Baixada Fluminense, o senhor Valdemiro nos disse que desde que chegou ao Rio abriu três casas no Estado. A primeira na cidade Rio de Janeiro, a segunda na Chacrinha, em Caxias, e essa atual no Parque Fluminense, que está aberta há aproximadamente 50 anos. Segundo ele, desde que chegou a Baixada Fluminense abriram várias casas. Ele fez questão de mencionar os primeiros zeladores de santo que chegaram à Baixada.
“Quem deu início ao candomblé aqui na Baixada foi
Joãozinho da Goméia. Mas já tinha candomblé no Rio de Janeiro,
tinha o de Brancolé, o de João Allabá e o de João Abedé na cidade, na
Barão de São Félix, na Central do Brasil..., no bairro da Saúde.
Depois de Joãozinho veio meu pai Cristóvão Lopes dos Anjos...
Siriaco...”
Nessa oportunidade, ele nos falou sobre o preconceito que cerca o candomblé e disseque o candomblé é uma especialidade das mulheres contra os homens.
“Candomblé na realidade é de homem e não de
mulher, na África a alaó e babalaó e os filhos da casa são ligados ao
orixá do marido”.

Segundo ele, as mulheres no Brasil tomaram conta do candomblé.

“Elas vieram com o mais velho Iyanossô e Iyakalá,
com Babá Detá, quando Babá Detá morreu, elas tomaram conta e
não deixaram mais os homens sentar”.

Entre os nomes de zeladores homens citados pelo senhor Valdemiro, falou sobre o tio Bomboxé que é um dos fundadores do candomblé no Brasil, o avô de dona Regina Bomboxé, que é uma importante zeladora de santo na Baixada Fluminense. Dona Regina Bomboxé tem casa no bairro Eldorado em Duque de Caxias. Infelizmente não tivemos ainda uma oportunidade de conversar com ela. O senhor Valdemiro nos falou sobre o pai de dona Regina, o qual se chamava Benzinho. Segundo ele, ela entende de candomblé como ninguém. No final de nossa entrevista, o senhor Valdemiro ainda nos falou sobre as nações que estão presentes na Baixada Fluminense.
”Kêtu só pode vim dos Gantois, Engenho Velho, São
Gonçalo, Olga do Alaketu e minha mãe Regina. Qualquer outra
casa de Kêtu só pode ter saído de uma dessas casas. Jeje tem que vir
do Bogum e da Cachoeira. Bogum é Bahia e Cachoeira é de
cachoeiro. Angola tem que vir de Mariquinha Lembar, Maria
Neném, Bernardino, que era filho de Siriaco, que tinha casa em
Villar dos Telles. Efon veio com Cristóvão Lopes dos Anjos”.

Seu Valdemiro nos disse que conheceu pessoalmente esses importantes zeladores de santo, também nos relatou ser o primeiro xangô da nação de Efon. Quando perguntei sobre o presente e o futuro do candomblé na Baixada Fluminense, nos respondeu assim:

“O candomblé vai progredir certo ou errado.
Tem casa que eu olho, torto, vejo torto e deixo.
Está cada vez pior.
Vou te dizer uma coisa, - quanto mais marmoteiro, mais cresce.
Agora, a verdade não se escurece”.

Nossa entrevista com o senhor Valdemiro Baiano poderia ter durado mais tempo, mas os compromissos que ele ainda tinha a cumprir não nos permitiram continuar. No entanto, devo ressaltar que essa oportunidade foi muito proveitosa. Ele nos passou informações importantes sobre o candomblé. Pode-se perceber que se trata de uma pessoa muito especial nesse universo. Um zelador de santo raro, com profundo conhecimento sobre a religião. O senhor Valdemiro, sem sombra de dúvida, pertence a um grupo seleto de sacerdotes espirituais que cuidam das tradições e do desenvolvimento do candomblé no

Brasil.

BIBLIOGRAFIA

CASTRO, M. História e Geografia. São Paulo: Ática, 1998.
FERREIRA, J. R. M. Construindo o conhecimento: Estudos sociais. Rio de Janeiro, 4. São Paulo:
FTD, 1992.
ORDONES, M. Brasil: da chegada dos portugueses à independência política. São Paulo: IBEP.
ROCHA, A. M. Os candomblés antigos do Rio de Janeiro. A nação Kêtu: origens, ritos e crenças.
Faculdades da Cidade -Top Books, 1994.
SANTOS, J. E. Os Nagô e a morte Pàde, Asesê e o culto Egun na Bahia. Coleção Mestrado/4.
Petrópolis: Vozes, 1998.
SOUZA, Marlúcia Santos., & PIRES, Junior. Roberto. Terra de muitas águas. Texto 05, 1996.
VERGER, P. F. Orixás: Deuses Iorubas na África e no novo Mundo. Editora Corrupio, 1981.


Comunidade que visa Preservar e Homenagear, a Memória de nosso Saudoso Bàbá Valdemiro D'Sàngó e também o Ilé Àse Barú Lèpé, também conhecido como Àse Parque Fluminense...

Valdemiro Costa Pinto, também carinhosamente conhecido, como Pai Valdemiro Baiano, nasceu em Salvador. Entrou para o Kandomblé apartir de seus 14 anos de Idade. Quando foi Iniciado para o Òrìsà Sàngó, no Kandomblé de Nação Èfòn, pelas mãos do Saudoso Bàbá Ògún Anauejì, Cristovão D'Ògúnjá. Tendo Orgulho de ter se Iniciado na Nação Èfòn, mas por Motivos Maiores, Bàbá Valdemiro acaba por tomar as suas Obrigações no Àse Gantois, pelas mãos da Saudosa Ìyáwòrìsà Meninha, passando assim paras Águas de Kétu, na qual ficou até o fim de sua Vida.
Bàbá Valdemiro vem a Fundar seu Àse, o Àse Parque Fluminense, no Rio de Janeiro, já no começo da década de 40. Quando Inicia seu primeiro Ìyàwó. -

Bàbá Valdemiro Saudades...
Àsèsè, mo júbà o
Àsèsè, Àsèsè o
Àsèsè erú kí agbà o...
Mo júbà gbogbo
E káàbò!!!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

OXALUFAN




Oxalufon, ou Orìsà Olúfón, segundo relato de Pierre Verger, na África é velho e sábio, cujo templo é em Ifon, pouco distante de Oxogbô. Seu culto permanece ainda relativamente bem preservado nessa cidade tranqüila, que se caracteriza pela presença de numerosos templos, igrejas católicas e protestantes e mesquitas que atraem, todas elas, aos domingos e sextas-feiras, grande número de fiéis de múltiplas formas de monoteísmos importados de outros países. Em contraste com essa afluência, o dia da semana iorubá consagrado a Orìsànlá só interessa atualmente a pouca gente. Exatamente um pequeno núcleo de seis sacerdotes, os Ìwèfà méfà (Aájè, Aáwa, Olpuwin, Gbògbò, Aláta e Ajíbódù) ligados ao culto de Orìsà Olúfón.

A cerimônia de saudações ao rei de dezesseis em dezesseis dias pelos Ìwèfà e pelos Olóyè chama a atenção pela calma, simplicidade e dignidade. O rei Olúfón espera sentado à porta do palácio reservada só para ele e que dá para o pátio. Ele está vestido com um pano e gorro brancos. Os Olóyè avançam, vestidos de tecido branco amarrado no ombro esquerdo, e seguram um grande cajado. Aproximam-se do rei, param diante dele, colocam o cajado no chão, tiram o gorro, ficam descalços, desatam o tecido amarram-no à cintura. Com o torso nu em sinal de respeito, ajoelham-se e prostram-se várias vezes, ritmando, com uma voz respeitosa, um pouco grave e abafada, uma série de votos de longa vida, de calma, felicidade, fecundidade para suas mulheres, de prosperidade e proteção contra os elementos adversos e contra as pessoas ruins. Tudo isso é expresso em uma linguagem enfeitada de provérbios e de fórmulas tradicionais. Em seguida os Olóyè e os Ìwèfà vão sentar-se de cada lado do rei, trocando saudações, cumprimentos e comentários sobre acontecimentos recentes que interessam à comunidade. A seguir, o rei manda servir-lhes alimentos, dos quais uma parte foi colocada diante do altar de Òsàlúfón, para uma refeição comunitária com o deus.

OXAGUIAN



Oxaguian ou Oxaguiã: Divindade Yorubá, cultuado no Candomblé afro-brasileiro.

Segundo a mitologia Yorubá, o universo foi criado por Olorum. Os filhos de Olorum são os Orixás, que receberam cada qual atribuições e responsabilidades sobre a criação de seu Pai. O primeiro e mais velhos dos Orixás é Oxalá, a quem se credita a criação do Homem.

Oxaguian é apontado como o aspecto jovem de Oxalá, outras vezes é apontado como filho de Oxalufã, o qual é tido como o aspecto velho de Oxalá. Oxaguian, "o moço", na sua forma "guerreira" de Oxalá, carrega uma espada, cheio de vigor e nobreza.


Oxaguian - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, BrasilNa mitologia Yorubá, os Orixás associam-se a cidades ou regiões africanas, que seriam regidas ou favorecidas por seu respectivo Orixá. Seu templo principal é em Ejigbo, onde ostenta o título de Eléèjìgbó, ou Rei de Ejigbo.

Orixá do dinamismo e movimento construtivo, da cultura material. Seu domínio são as lutas diárias por sustento e trabalho e a paz. Oxaguian incentiva o trabalho e a superação. Oxaguian é o provedor, é o guerreiro da paz. Nunca entra numa batalha para perder, sempre ganhando suas lutas e superando quaisquer obstáculos.

É sempre retratado como um guerreiro forte, astuto e conquistador, Oxaguian rege as inovações, a busca pelo aprimoramento, o inconformismo. É um Orixá relacionado com o sustento do dia a dia, gostando de mesa farta. Seu sustento vem do fundo da terra ou da floresta. Ele detém todas as armas e as usa para alcançar seus objetivos, que são: dar para quem tem fome e até tomar de quem tem muito e não tem fome.

Sua comida favorita é o inhame. Sendo orixá das inovações e invenções, criou para si o pilão, de tal forma que pudesse saborear seu prato favorito. Daí inclusive deriva seu nome: Oxaguian significa literalmente “Orixá comedor de Inhame Pilado”.

Diz-se que enquanto Ogum fornece meios (ferramentas e armas) Oxaguian fornece inteligência e vontade para vencer. Representa o início de um movimento. Este orixá tem personalidade violenta e severa.

É com Oxaguian que se encerra o ciclo das festas de Oxalá com a festa do Pilão de Oxaguian (ojó odo)- o dia do pilão.

Suas armas (Ferramentas símbolos) são: espadas (sabre), Ofá (arco e flecha), Atori (Vara), Polvarim, Escudo e mão de pilão (seu maior símbolo);

Suas Cores: Branco e Prata;

Seu dia de devoção: Sextas-feiras;

Sua comida: é o inhame pilado;

Seu Metal: Prata e metais brancos;

Suas contas são: brancas intercaladas de azul claro;

Sua festa: Pilão do Oxála (festa dos inhames novos);

Seus elementos: O Ar e a Atmosfera;

Saudação: Epiê bàbá!!!

A liderança é uma de suas especialidades. Duas características dividem os filhos de Oxaguian: Uns são amigos das intrigas, são orgulhosos, se acham os melhores , são faladores. Outros são voltados para a família, calmos e guardam segredos para si.

Na verdade são duas faces de Oxaguian, numa delas estão os filhos que carregam a espada e os outros, os mais calmos carregam a mão de pilão.

Os filhos de Oxaguian são valentes, guerreiros, combativos, geniosos, intuitivos , são instáveis, têm caráter romântico e são sensuais. Os filhos de Oxaguian não desprezam o sexo e cultivam o amor livre.

Além destas características, são alegres, gostam profundamente da vida, são faladores e brincalhões. Ao mesmo tempo são idealistas, defensores dos injustiçados, dos fracos e dos oprimidos.

Frequentemente são Orgulhosos, sedentos de feitos gloriosos.

Oxaguian é um jovem guerreiro combativo, seus filhos são habitualmente altos, esguios, eventualmente robustos, mas não são agressivos ou brutais.

Os filhos de Oxaguian são ciumentos e detestam concorrência. São criativos, generosos, inteligentes, sábios e justos. Em seu aspecto negativo porém, são também lentos, mandões e teimosos.

Itan do nascimento. Nasceu dentro de uma concha de caramujo. Não tinha mãe. E quando nasceu, não tinha cabeça, por isso perambulava pelo mundo, sem sentido e sem rumo. Um dia encontrou Ori numa estrada e este lhe deu uma cabeça feita de inhame pilado. Apesar de feliz com sua nova cabeça branca, ela esquentava muito, e quando esquentava Oxaguiã criava mais conflitos. E sofria muito. Um dia encontrou a morte (iku), que lhe ofereceu uma cabeça fria. Apesar do medo que sentia, o calor era insuportável, e ele acabou aceitando a cabeça preta que a morte lhe deu.

Mas essa cabeça era dolorida e fria demais. Oxaguiã ficou triste, porque a morte com sua frieza estava o tempo todo com o orixá.

Então Ogum apareceu e deu sua espada para Oxaguiã, que espantou Iku. Ogum também tentou arrancar a cabeça preta de cima da cabeça branca, mas tanto apertou que as duas se fundiram e Oxaguiã ficou com a cabeça azul, agora equilibrada e sem problemas. A partir deste dia ele e Ogum andam juntos transformando o mundo. Oxaguiã depositando o conflito de idéias e valores que mudam o mundo e Ogum fornecendo os meios para a transformação, seja a tecnologia ou a guerra.
Itan Batalha dos Atoris. Na cidade Africana de Eleegibò até hoje por ocasião de sua festa os habitantes são divididos entre dois bairros e trocam golpes de atori (varas), relebrando o mito que diz sobre um Babalaô seu amigo que foi preso pelos guardas de Eleegibò ,por que se referiu o Rei como, Oxaguian (Orixá Comedor de Inhame) tendo sido encontrado no calabouço Oxagüian pediu-lhe perdão só aceito se os moradores da cidade trocasse golpes de varas durante suas festas (sob pena de não haver boa colheita caso isto não acontecesse).


Itan O Castelo de Ogum, Oxaguian, jovem filho guerreiro de Oxalá, acompanhava Ogum pela terra em suas guerras. Aproveitava de toda ocasião em que a guerra criava destruição para reconstruir no lugar algo maior e mais próspero. Assim espalhou pelo mundo prosperidade, sem descanso, obrigando todos a trabalhar e progredir. Onde via preguiça, inspirava movimento e crescimento. Um dia, entre uma batalha e outra, Oxaguian foi à cidade de Ogun para buscar provisões e encontrou um castelo que acabava de ser construído pelo povo do lugar em oferecimento a Ogum. Oxaguian perguntou ao povo: “Que vão fazer agora que terminaram de construir o castelo do seu rei?” “Descansar”, eles responderam. Oxaguian retrucou: “O seu rei ainda demora a voltar; vocês devem aproveitar deste tempo de maneira melhor. Construam um castelo ainda melhor e encham de alegria o seu rei.” Sacou da espado e com um toque empurrou a parede do castelo, que ruiu todo.” Oxaguian voltou para a guerra, e o povo pôs-se a construir um castelo ainda melhor.

O tempo passou e Oxaguian voltou à cidade de Ogun em busca de mais provisões. Encontrou lá um castelo ainda maior e melhor do que o que tinha derrubado. Semelhante diálogo se travou. Oxaguian perguntou ao povo: “Que vão fazer agora que terminaram o castelo do seu rei?” “Vamos descansar”, eles responderam. Oxaguian interrogou: “Mais uma vez, o seu rei demora a voltar; vocês que aproveitem ainda deste tempo de maneira melhor. Construam um castelo melhor para o seu rei.” Como tinha feito antes, sacou da espado e com um toque derrubou o castelo.” E partiu para guerra, voltando sempre em busca de novas provisões. Tantas vezes isto aconteceu que o povo do lugar se transformou em um povo de grandes construtores, desenvolvendo engenharia e arquitetura soberba, reconhecida mundialmente. Oxaguian promove o progresso. Não gosta de ver ninguém parado.


Referência Bibliográfica: VERGER, Pierre; Orixás, Deuses Iorubás na Africa e no Novo Mundo; 5.ª ed; Currupio, Salvador, 1997. VERGER, Pierre; Notas sobre o culto aos orixás e voduns; Edusp, São Paulo, 1999.

Inhame

LENDA DE IKÚ A MORTE

LENDAS DE IKÚ - MORTE

Tudo o que nasce, um dia morre; qualquer coisa, animal ou indivíduo, mais dias ou menos dias morrerá.

Se pensarmos bem, veremos que a vida e a morte são faces da mesma moeda: a existência.

Em nossa cultura ocidental em geral, ensinaram-nos a temer a morte, como se ela fosse a pior coisa que poderia nos acontecer. E, ainda desde criança, criaram em nossas mentes algumas imagens para esteriotipar a morte como a figura de alguém vestido com uma túnica longa, usando um capuz cobrindo não somente a cabeça mas, escondendo a face que nunca aparece, por estar sempre na penumbra formada por esse capuz; ou então, uma outra figura também de túnica longa, com o rosto de uma caveira, também com a cabeça encoberta por um capuz e segurando em suas mãos um grande cajado terminado em feitio de foice; isto, para enfatizar a função do “ceifador de vidas”, de quem ninguém jamais escapará.

A história Yorùbá como sabemos, é pródiga em pequenas lendas; para tudo ou quase tudo há sempre uma historinha explicando o porque daquilo. Como não poderia deixar de ser, Ikú (a Morte), também tem suas histórias interessantes. E uma delas conta que:

Ikú, era um jovem guerreiro, forte e muito bonito. Sua beleza era tamanha que impressionava tanto às mulheres quanto aos homens.

As mulheres encantavam-se tanto com sua bela figura que onde quer que o vissem, acompanhavam-no só para poderem continuar admirando aquela criatura tão encantadora. Não podiam desviar os olhos dele.

Os homens, embora tentassem disfarçar ou não quererem admitir que estavam encantados com a beleza de Ikú, também acabavam seguindo-o. Alguns do tipo machão, diziam que seguiam-no somente por curiosidade de saber quem era e onde morava.

Só que Ikú morava no Igbó-Ikú (Floresta dos Mortos ou Floresta da Morte), de onde quem quer que fosse até lá e entrasse, jamais sairia; nunca mais seria visto, pois fôra para o Igbó-Ikú.

E todo o encanto e beleza de Ikú, tinham justamente o objetivo de chamar a atenção das pessoas e atraí-las, e que inadvertidamente seguiam-no e adentravam no Igbó-Ikú, o reino dos mortos, onde, evidentemente, o rei era o próprio Ikú e de onde não é permitido a ninguém retornar, uma vez ali adentrado.

Em outra história, Ikú está ligada ao mito da criação dos seres humanos. Conta a lenda que Olódùmarè, ao decidir criar o ser humano, designou essa incumbência Òòsààlà, que teve a necessidade de obter o material adeqüado para aquele propósito. Pensou e achou que o melhor material para moldar os seres humanos seria amòn (o barro) formado pela mistura de terra e água. Então, Òòsààlà que fôra incumbido daquela tarefa por Olódùmarè, ordenou a Èsù o mensageiro, que fosse buscar um pouco de lama para que Ele pudesse executar sua tarefa.

Como era corrente e sabido por todos, não havia nada que Èsù não pudesse realizar, e a tarefa parecia super fácil para ele. Mas, ao chegar ao local, quando Èsù meteu a mão na lama arrancando-a, Ayé (a Terra) chorou porque estavam arrancando parte dela e ela sentia muita dor com aquilo. Embora Èsù tivesse fama de mau e implacável, ficou mortificado de pena de Ayé e deixou a lama para lá. Regressou a Òòsààlà e relatou o acontecido.

Òòsààlà então chamou Ògún, este sim, guerreiro intrépido e destemido que em batalhas matava o inimigo até mesmo brincando, resolveria aquele pequeno problema. E lá se foi Ògún. Em lá chegando, quando ele retirou a lama para colocar em sua làbà (bolsa capanga), Ayé caiu em prantos lamentando-se. Ògún também ficou penalizado ora, Ayé não lhe fizera nada de mal e ele não estava zangado, e assim, não tinha ímpeto suficiente para feri-la. E também voltou a Òòsààlà para explicar o seu fracasso em cumprir sua missão.

Assim, um a um dos Òrìsà que foram incumbidos por Òòsààlà para aquela mesma missão, voltava com a mesma desculpa: ninguém foi capaz de tirar a lama de Ayé, cada qual com suas qualidades que o recomendava com a certeza do cumprimento da tarefa, mas, tudo em vão.

Foi aí que Òòsààlà chamou Ikú, deu-lhe a àpò (bolsa) e mandou-o para executar a tarefa que todos os demais ìmolè tinham fracassado em cumprir. Então, Ikú ao chegar na terra começou a retirar a lama de Ayé, e ela chorou, mas, Ikú não se importou com o pranto dela e pegou toda a lama de que precisava e retornou a Òòsààlà com sua missão cumprida.

Então, após moldar os seres humanos, Òòsààlà plantou uma árvore para cada um, para que ela lhe suprisse o oxigênio e desse continuidade à respiração, iniciada pelo sopro divino de Olódùmarè pois, Olódùmarè o Criador Supremo, insuflou o seu hálito (èémí) para dar vida e mobilidade aos seres humanos. E disse a Ikú que, como fôra ele quem retirara o material necessário para moldar os seres humanos, em qualquer época que se fizesse necessário, ele estaria também incumbido de levá-lo de volta para recolocar em seu lugar de origem, após a utilização daquele material. Por isso é, que quando chega a época da devolução daquela porção do material primordial, Ikú é quem vem buscar a pessoa para recoloca-la em seu lugar original.

Visto assim, do ponto de vista das lendas Yorùbá, Ikú (a Morte) não é aquela coisa tenebrosa que nos incutiram desde a mais tenra idade. Ikú, para os Yorùbá tradicionais é ao mesmo tempo, o fornecedor primordial e o restaurador da matéria retirada e fornecida por Ele próprio, sendo Ele assim o princípio e fim, o princípio e o fim e, e o princípio e o fim..., e assim sucessivamente, num eterno círculo, onde não há início nem final, que está sempre recomeçando.

NANÃ BURUKÚ











[editar] África
Nanã Buluku é a deusa das chuvas, senhora da morte, e responsável pelos portais de entrada (reencarnação) e saída (desencarne).

Em sua passagem pela Terra, foi a primeira Iyabá e a mais vaidosa, em nome da qual desprezou seu filho primogênito com Oxalá, Omulu, por ter nascido com várias doenças de pele. Não admitindo cuidar de uma criança assim, acabou abandonando-o no pântano. Sabendo disso, Oxalá condenou-a a ter mais filhos, os quais nasceriam anormais (Oxumarê, Ewá e Ossaim), e a baniu do reino, ordenando-lhe que fosse viver no mesmo lugar onde abandonou seu pobre filho, no pântano.

Nanã tornou-se uma das iabás mais temidas, tanto que em algumas tribos quando seu nome era pronunciado todos se jogavam ao chão. Senhora das doenças cancerígenas, está sempre ao lado do seu filho Omulu. Protetora dos idosos, desabrigados, doentes e deficientes visuais. É um vodun, segundo alguns pesquisadores, originário de Dassa-Zoumé, é uma velha divindade das águas. Pierre Verger encontrou um Templo Dassa-Zoumé e o sacerdote do seu culto. A área que abrange seu culto é muito vasta e parece estender-se de leste, além do rio Níger, até a região Tapá, a oeste, além do rio Volta, nas regiões dos "guang", ao nordeste dos Ashanti.

Entre os fon e mahi ela é considerada uma divindade hermafrodita, anterior a Mawu e Lissá, aos quais teria dado origem em associação com a "serpente do Universo" Dan Aido Hwedo. Para os ewes e minas, ela é às vezes vista como um vodun masculino (Nana Densu), esposo da grande mãe das águas Mami Wata.


[editar] Brasil
Nanã Buruku é cultuada no Candomblé Jeje como um vodun e no Candomblé Ketu como um orixá da chuva, das águas paradas, mangue, terra molhada, lama e considerada a mãe dos orixás Obaluaiyê, Iroko, Osanyin, Oxumarê e Yewá.





Nanã - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, Brasil

Nanã é chamada carinhosamente de "Avó", por ser usualmente imaginada como uma anciã. É cultuada em todo o Brasil nas religiões Afro-brasileiras. Seu emblema é o Ibiri que caracteriza sua relação com os espíritos ancestrais. Como "Mãe-Terra Primordial" dos grãos e dos mortos, Nanã Buruku poderia ser equiparada à deusa greco-romana Deméter-Ceres-Cíbele.

No sincretismo afro-católico ela é equiparada à Sant'Ana, mãe da Virgem Maria e avó de Jesus Cristo.

A existência do culto de Nanã Buruku é atribuída a tempos remotos, anteriores à descoberta do ferro, por isso, em seus rituais, não costumam ser utilizados objetos cortantes de metal.

O baobá (Adansonia digitata L., em iorubá ossê e em Fon akpassatin) é sua árvore sagrada.

Nanã na Umbanda
Nanã no Xambá
lendas:

Nanã era rainha de um povo e tinha poder sobre os mortos. Para roubar esse poder, Oxalá casou com ela, mas não ligava para a mulher. Então, Nanã fez um feitiço para ter um filho. Tudo aconteceu como ela queria mas, por causa do feitiço, o filho Omolu nasceu todo deformado, horrorizada, Nanã jogou-o no mar para que morresse. Como castigo pela crueldade, quando Nanã engravidou de novo, Orunmilá disse que o filho seria lindo mas se afastaria dela para correr mundo. E nasceu Oxumaré, que durante 6 meses vive no céu como o arco-íris, e nos outros 6 é uma cobra que se arrasta no chão.

Na aldeia chefiada por Nanã, quando alguém cometia um crime, era amarrado a uma árvore e então Nanã chamava os Eguns para assustá-lo. Ambicionando esse poder, Oxalá foi visitar Nanã e deu-lhe uma poção que fez com que ela se apaixonasse por ele. Nanã dividiu o reino com ele, mas proibiu sua entrada no Jardim dos Eguns. Mas Oxalá espionou-a e aprendeu o ritual de invocação dos mortos. Depois, disfarçando-se de mulher com as roupas de Nanã, foi ao jardim e ordenou aos Eguns que obedecessem "ao homem que vivia com ela "(ele mesmo). Quando Nanã descobriu o golpe, quis reagir mas, como estava apaixonada, acabou aceitando deixar o poder com o marido. Hoje no Culto aos Egungun só os homens são iniciados para chamar os Eguns.

Certa vez, os Orixás se reuniram e começaram a discutir qual deles seria o mais importante. A maioria apontava Ogum, considerando que ele é o Orixá do ferro, que deu à humanidade o conhecimento sobre o preparo e uso das armas de guerra, dos instrumentos para agricultura, caça e pesca, e das facas para uso doméstico e ritual. Somente Nanã discordou e, para provar que Ogum não é tão importante assim, torceu com as próprias mãos os animais destinados ao sacrifício em seu ritual. É por isso que os sacrifícios para Nanã não podem ser feitos com instrumentos de metal.

Cor: lilás e roxo.
Metal: nenhum.
Dia da semana: terça-feira
Predominância: morte, vida, reencarnação, medicina, doenças, chuvas, enchentes, deficiência visual, lama, mangue, pessoas desabrigadas e idosas.
Saudação: Salubá Nanã!
Curiosidade: A cantora Daniela Mercury em seu álbum "Sol da Liberdade" fez uma música em homenagem (que poucos sabem, agora vão saber!) a saudosa Iyalorixá Cleusa Millet, filha de Mãe Menininha do Gantois. O nome da canção é 'Dara". By the Way: Mãe Cleusa era a mais bela encarnação de Nanã. Belissima e cuja voz ficou imortalizada em disco de Bethãnia. Mas, isso é uma outra historia...

segunda-feira, 26 de maio de 2008

O MEU YOU TUBE

http://br.youtube.com/yaomoja

TEM VIDEOS DO CULTO A EGÚNGÚN

E MUITO MAIS PARA VOCÊ VAI VER .

quinta-feira, 22 de maio de 2008

oyá



[editar] Itan Oyá
Oya o, Oya alágbara Oh, Oya, a poderosa.
Oya a dan bina láàrin òrù, aláse biribiri Oya que brilha como fogo durante a madrugada e que possui intensa força
Oya o, Oya aláse Oh, Oya, que possui o axé.
Oya, olòre mi à jí ki, Oya, a minha benfeitora a ser louvada pela manhã.
A towo efòn gbe. Oya, que tem a força para carregar o chifre do búfalo.
Oya o, Oya aláse Oya, oh, Oya, aquela que possui axé.
Oya, tó gesin Ogún w'òlú Oya, que entrou na cidade montada num cavalo de guerra.
Oya alágbara, Oya, a poderosa.
Oya, à rèmo rè lékùn owó, Oya, que tranqüiliza os filhos, dando-lhes dinheiro.
Oya, à rèmo rè lékùn àláfíà Oya, que tranqüiliza os filhos dando-lhes àláfíà.
Oya o, Oya aláse, Oya Oh Oya, que possui o axé, Oya.
Oya alágbara inú aféfé. Oya, a poderosa que vive no vento.
Oya o Oh, Oya.
Oya alágbara obìnrín Ogun, Oya, a mulher guerreira e poderosa, esposa de Ogun
Egun dúdú orí odò Oya, orixá poderoso, sentada no pilão.
Oya a bá ní sòrò má tan ní je Oya, que fala conosco sem nos enganar.
Oya o, Oya aláse Oya, oh, Oya, aquela que possui o axé.
Oya a birun lórí bí adé e, Oya, cuja trança é bonita como uma coroa.
Oya o Oh, Oya.
Oya aláse, Oya Oya, que possui o axé, Oya.
Oya to wo èwù ilikè. Oya, que veste roupa feita de contas preciosas.
Oya o Oh, Oya.
Oya aláse, Oya Oya, aquela que possui o axé, Oya.
(A Mitologia dos Orixás Africanos, Síkírù Sàlámì - King)

OMOLU


Omolu é um orixá africano cultuado nas religiões afro-brasileiras que o tem como o Senhor da Morte, uma vez que é o responsável pela passagem dos espíritos do plano material para o espiritual.

Candomblé
Muitas vezes confundido com o Orixá Obaluayê, tanto que, no Brasil, muitas casas de santo cultuam Obaluayê e Omolu como um só orixá, Omolu é, no entanto, um orixá que se aproxima de Obaluayê, mas possui uma identidade própria.


Omolu - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, BrasilMas assim como Omolu pode trazer a doença, ele também a leva. Os devotos lhe atribuem curas milagrosas, realizando oferendas de pipocas, o deburu ou doburu, em sua homenagem ou jogando-as sobre o doente como descarrego.

Em algumas casas de santo, as pipocas são estouradas em panelas com areia da praia aquecida, lembrando a relação desse orixá, chamado respeitosamente de Tatá Omolu, com Iemanjá. Afinal, conta uma lenda que Omolu, muito doente, foi curado à beira-mar pela água salina, tendo Iemanjá o tomado como filho adotivo. Por isso, também são realizadas oferendas a Omolu nas areias das praias do litoral brasileiro. Vestido com palha-da-costa e com contas nas cores vermelha, preta e branca, Omolu dança o opanijé, dança ritual marcada pelo ritmo lento com pausas, enquanto segura em suas mãos o xaxará, instrumento ritual também feito de palha-da-costa e recoberto de búzios. Em alguns momentos da dança, Omolu espanta os eguns, os espíritos dos mortos, com movimentos rituais.

Omolu também possui relação com Iansã, em especial Oiá Igbalé, qualidade de Iansã que costuma dançar na ponta dos pés e direciona os eguns para o reino de Omolu.

Junto a Nanã Buruquê e Oxumaré, forma a família de orixás dahomeana, costuma ser reverenciado às segundas-feiras e sincretizado com os santos católicos São Lázaro e São Bento de Núrsia, patrono da boa morte.

No município de Cachoeira (Bahia), Omolu é cultuado pela Irmandade da Boa Morte que faz a lavagem da Igreja de São Lázaro.


http://www.pierreverger.org Fundação Pierre Verger

logunédé


Logunedé ou Logun Ede, do iorubá Lógunède, é um orixá africano que na maioria dos mitos costuma ser apresentado como filho de Oxum Ipondá e Oxóssi Ibualama, do iorubá Ibùalámo. Segundo as lendas, vive seis meses nas matas caçando com Oxóssi e seis meses nos rios pescando com Oxum. É cultuado na nação Ijexá como sua mãe, mas também nas nações Ketu e Efan, sendo o seu culto muito difundido no Rio de Janeiro.


Logunedé - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro, Salvador, Bahia, BrasilNo entanto, existem outras versões acerca de sua filiação. Se na maioria dos mitos, Logunedé surge como filho de Oxum e Oxóssi, em outros, um pouco mais raros, aparece como filho de Ogun e Iansã. Há, ainda, histórias que contam a lenda de Logunedé como filho desses quatro Orixás, apresentando-o como nada mais, nada menos que uma representação dos Orixás Gêmeos, Ibeji.

Simultaneamente caçador e pescador, Logunedé é o herdeiro dos axés de Oxum e Oxóssi que se fundem e se mesclam como mistério da criação, trata-se de um orixá que une a graça, a meiguice e a faceirice de Oxum à alegria, à expansão de Oxóssi. Se Oxum confere a Logunedé axés sobre a sexualidade, a maternidade, a pesca e a prosperidade, Oxóssi lhe passa os axés da fartura, da caça, da habilidade, do conhecimento.

Essa característica de unir o feminino de Oxum ao masculino de Oxóssi, muitas vezes o leva a ser representado como uma criança, um menino pequeno ou adolescente, formando mais uma tríade sagrada na História das religiões. Com Logunedé, completa-se o triângulo iorubá pai, mãe e filho que também se repete nas trilogias católica (Pai, Mãe e Espírito Santo), egípcia (Ísis, Osíris e Hórus), hindu e tantas outras.

Como criança, Logunedé se liga ao lírio, símbolo de pureza e inocência, sendo o lírio da paz uma de suas folhas sagradas. Em um de seus mitos, ele é encontrado por Iansã Onira sobre um lírio. Ela o adota e passa a ser sua companheira inseparável, tanto que na feitura dos filhos de Logunedé no candomblé Iansã Onira costuma se apresentar como seu adjuntó.

Como símbolo da pureza, muitas vezes Logunedé também é visto como um ser andrógino, sendo a androginia um traço do sagrado também em outras religiões, o que ocorre especialmente no cristianismo e no judaísmo com os anjos.

Mas se, em várias tradições, ele é considerado um orixá masculino, em algumas é confundido com a homossexualidade ou a bissexualidade, o que ocorre quando se interpreta ao pé da letra o mito que afirma viver Logunedé seis meses como homem e seis meses como mulher. Na verdade, a interpretação mais aceita seria que essa se trata de uma metáfora para falar dos axés herdados por ele de seus pais, Oxum e Oxóssi.

Após ser abandonado e viver com Ogum, aprende com ele as artes da guerra e da metalurgia. É coroado por Iansã como o príncipe dos Orixás. É amigo íntimo de Yewá, seriam eles os Orixás que se complementam, considerados o par perfeito.

Num mito raro, Logunedé se perde no caminho entre as casas de Oxum e Oxóssi, é encontrado pelo velho Omolu que o ampara e protege. Com Omolu, Logunedé aprende a arte da cura e a feitiçaria. O seu primeiro nome, Logun, no Brasil se mesclou ao segundo, Edé, nome da cidade iorubá na qual o seu culto se fortaleceu, formando Logunedé. Logun pode ser uma abreviatura de Ologun que, em iorubá, quer dizer feiticeiro.

Então, feiticeiro, caçador, pescador, príncipe guerreiro, esses são alguns títulos, alguns epítetos dados à Logunedé. Para Mãe Menininha do Gantois, "Logun é santo menino que velho respeita".

Costuma ser cultuado no candomblé, mas não na umbanda.

Iyami-Ajé













Iyami-Ajé - (Iyá Mi Ajé = Minha Mãe Feiticeira) também conhecida por Iyami Oxorongá - é a sacralização da figura materna, por isso seu culto é envolvido por tantos tabus. Seu grande poder se deve ao fato de guardar o segredo da criação.

Tudo que é redondo remete ao ventre e, por conseqüência, as Iyá Mi. O poder das grandes mães é expresso entre os orixás por Oxum, Iemanjá e Nanã Buruku, mas o poder de Iyá Mi é manifesto em toda mulher, que, não por acaso, em quase todas as culturas, é considerada tabu.

Iyami Ajé na forma de pássaro (coruja rasgadeira) pousa nas árvores favoritas durante a noite principalmente na jaqueira (Artocarpus heterophyllus). Contam os antigos africanos que quando a coruja rasgadeira sobrevoa fazendo seu ruído característico ou aproxima-se de uma casa é porque vai morrer alguém.

Aulo Barretti Filho, escreve em O Culto dos Eguns no Candomblé: "Os mortos do sexo feminino recebem o nome de Ìyámi Agbá (minha mãe anciã), mas não são cultuados individualmente. Sua energia como ancestral é aglutinada de forma coletiva e representada por Ìyámi Oxorongá chamada também de Ìyá NIa, a grande mãe. Esta imensa massa energética que representa o poder da ancestralidade coletiva feminina é cultuada pelas "Sociedades Gëlèdé", compostas exclusivamente por mulheres, e somente elas detêm e manipulam este perigoso poder. O medo da ira de Ìyámi nas comunidades é tão grande que, nos festivais anuais na Nigéria em louvor ao poder feminino ancestral, os homens se vestem de mulher e usam máscaras com características femininas, dançam para acalmar a ira e manter, entre outras coisas, a harmonia entre o poder masculino e o feminino."
Para Sergio Ferretti (1989:186) o culto a Naê no Maranhão pode ser comparado ao das Iyamí Oxorongá da Nigéria, Benin e outras regiões da África - mães ancestrais respeitadas e temidas, que não incorporam e que têm o poder de se transformar em pássaro.
É um orixá apenas assentado para ser cultuado pela comunidade, não é um orixá de iniciação, por ser uma energia ancestral aglutinada de forma coletiva. Representa todas as mães mortas e ninguém pode incorporá-las ou manifestá-las.

África




Shango ou Sango, é Orixá, de origem Yorubá. Seu mito conta que foi Rei da cidade de Oyó.

dá como resultado de suas pesquisas que: Shango ou Xangô, como todos os outros imolè (orixás e ebora), pode ser descrito sob dois aspectos: histórico e divino.

Como personagem histórico, Xangô teria sido o terceiro Aláàfìn Òyó, "Rei de Oyó", filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele que havia firmado uma aliança com Oranian.

Shango, no seu aspecto divino, permanece filho de Oranian, divinizado porém, tendo Yemanjá como mãe e três divindades como esposas: Oyá, Oxum e Obá.

Shango orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de xangô.

A característica do orixá do trovão é dada para a divindade Ayrà na cidade de Savé na região Mahi, região situada no Benin, antigo Dahomé, para Oramfé na cidade de Ifé na região Ijexá e para Xangô na cidade de Oyó na região Yorubá, regiões situadas na Nigéria.

Xangô foi o quarto rei lendário de Oyo (Nigéria, África), tornado Orixá de caráter violento e vingativo, cuja manifestação são os raios e os trovões. Filho de Oranian, teve várias esposas sendo as mais conhecidas: Oyá, Oxum e Obá. Xangô é viril e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Sua ferramenta é o Oxê: machado de dois gumes. É tido como um Orixá poderoso das religiões afro-brasileiras.

Enquanto Oxossi é considerado o Rei da nação de ketu, Xangô é considerado o rei de todo o povo yorubá. Orixá do raio e do trovão, dono do fogo, foi um grande rei que unificou todo um povo. Foi ele quem criou o culto de Egungun, sendo ele um dos Orixás que exerce poder sobre os mortos. Xangô é a roupa da morte, por este motivo não deve faltar nos Egbòs de Ikù e Egun, o vermelho que lhe pertence.[carece de fontes?]Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns.

Xangô era forte, valente, destemido e justo. Era temido, e ao mesmo tempo adorado. Comportou-se em algumas vezes como tirano, devido a sua ânsia de poder, chegando até mesmo a destronar seu próprio irmão, para satisfazer seu desejo. Filho de Yamasse (Torosi) e de Oraniã, foi o regente mais poderoso do povo yorubá. Ele também tem uma ligação muito forte com as árvores e a natureza, vindo daí os objetos que ele mais aprecia, o pilão e a gamela, sendo que o pilão de Xangô deve ter duas bocas, que representa a livre passagem entre os mundos, sendo Xangô um ancestral (Egungun). Da natureza, ele conseguiu profundos conhecimentos e poderes de feitiçaria, que somente eram usados quando necessários. Tem também uma forte ligação com Oxumaré, considerando ele como seu fiel escudeiro.

Xangô é cultuado no Brasil, sob 12 (doze) qualidades. Vale salientar, que muitos seguem cegamente as ditas qualidades de Xangô da Bahia, e não é bem assim por exemplo Airá é um outro Orixá que não se dá com Xangô[carece de fontes?].Reza a lenda que Ayra era muito proximo de Xango, e quando Oxalufã, em visita ao reino de Xango foi erroneamente confundido com um ladrão e teve suas pernar quebradas e preso, uma vez Xango percebendo o engano, mandou que o tirassem da prisão e limpassem Oxalufã, e dessem vestimentas condizentes a grandiosidade de Oxalufã, porém Oxalufã estava viajando e teria ainda outros lugares para ir, porem por ser muito velho e agora com as pernas tendo sido quebradas, a locomoção havia sido afetada, fazendo que Oxalufã andasse curvado e muito vagarosamente. Xango então mandou que Ayrá levasse Oxalufã nas costas até a proxima cidade. Ayrá percebendo ali a sua grande chance, durante o caminho se voltou contra Xango, falando a Oxalufã que Xango sabia que ele estava preso e acabou por ganhar a confiança de Oxalufã, que o tomou para si, razão pela qual Ayrá usa branco, mas nao é um fum-fum. Xango que nao suporta traições se irritou com a atitude de Ayrá cortando relações e por essa razão eles não são cultuados da mesma forma, apesar de no Brasil Ayrá ser feito junto com Xango, porque realmente nao há problemas desde que suas coisas estejam certas, porem na africa Ayrá é feito separadamente como um Orixá, com suas qualidades e pompas. As qualidades de Xangô são essas:[carece de fontes?]

Obá Afonjá - Àfonjá, o Bale (governante) da cidade de Ìlorin. Àfonjá era também Are-Ona-Kaka-n-fo, quer dizer líder do exército provincial do império. Àfonjá descendia, por parte de mãe, de uma das famílias reais de Oyo.
Obá kosso - Nesse momento, Xangô, casa-se com Obá e funda a cidade de Kosso, nos arredores de Oyò, tornando-se seu Rei.
Obá Lubê - Nesse momento, Xangô, destrona seu irmão Dadà Ajakà, e assume o trono de Oyò. Época de grande expansão do império de Oyò.
Obá Irù ou Barù - Nesse momento, Xangô chega ao apogeu do império, cria o culto de Egungun, grande expansão, é o senhor absoluto dos raios e do fogo em todas as suas formas. Ele acaba por destruir a capital do Reino com os raios numa crise de cólera, e depois arrependido, se suicida, adentrando na terra da mesma forma que Ogun, daí o nome Obà Irù "Rei sepultado".
Obá Ajakà - Também intitulado Bayaniym," O pai me escolheu ", que faz referência a ele por ser o filho mais velho de Oraniã, e ter por direito que assumir o trono, irmão mais velho de Xangô.
Obá Arainã - Personificação do fogo.
Obá Aganjù - Ele representa tudo que é explosivo, que não tem controle, ele é a personificação dos Vulcões.
Obá Orungã - Filho de Aganjù com Yemanjà, violentou a própria mãe quando Aganjù não estava, este Orixá é o senhor do Sol.
Obá Ogodô - Tio de Xangô, por parte materna, rege os trovões os tremores de terra.
Obá Jakutà ou Djakutà - Esse Orixá, é a representação da justiça de Olorun, miticamente Xangô foi iniciado para este Orixá, é muito explosivo e justiceiro.
Obá Oraniã - Pai de Xangô, foi ele quem fundou o reino de Oyò, em muitas lendas, ele é o criador do mundo, é um guerreiro muito poderoso.
Olookê - Orixá dono das montanha, em algumas lendas é um dos filho de Oraniã, foi casado com Yemanjá.

Sincretizado com São Jerônimo, devido a presença das formações rochosas, de um livro e do Leão (animal de forte associação com o orixá). Pode ainda vir sincretizado com São Judas Tadeu (devido a presença do machado, e do livro) e com São João Batista devido a semelhança de personalidade com o orixá. São João é comemorado com fogueiras, festas, está sempre com um carneiro...assim como o Orixá Xangô. Em Cuba, Xangô sincretiza-se com Santa Bárbara...mas aqui no Brasil Santa Bárbara representa Iansã.

Os livros representam Xangô porque este orixá está ligado as questões da razão, do conhecimento e do intelecto. Bem como a Justiça e o Direito.
Animais associados a Xangô são: Tartaruga, Carneiro, Leão.

[editar] Nação Ijexá do Candomblé
Ijexá é uma nação do Candomblé, formada pelos escravos vindos de Ilesa na Nigéria, em maior quantidade na região de Salvador, Bahia.

O Babalorixá Eduardo de Ijexá foi o mais conhecido dessa nação. Como também o Babalorixá Severiano Santana Porto, ambos do mesmo orixá, Logum Edé.

O Ijexá resiste atualmente como ritmo musical presente nos Afoxés.

O Ijexá, dentro do Candomblé é essencialmente um ritmo que se toca para Orixás, Nkisis e Voduns, Oxum, Oxóssi, Logum-edé e Oyá-Yansan.

Ritmo suave mas de batida e cadência marcadas de grande beleza, no som e na dança. O Afoxé Filhos de Gandhi da Bahia, é talvez o mais tenaz dos grupos culturais brasileiros na preservação desse ritmo.

O Afoxé Filhos de Gandhi basicamente só toca Ijexá e assim ele se mantém vivo. Herança de África, viva aqui na Latinamérica.

Na música popular o ritmo se manifesta em gravações como ¨Beleza Pura¨ de Caetano Veloso, ¨Palco¨ (versão do Acústico Unplugged) de Gilberto Gil, ¨É d´Oxum¨ de Gerônimo e Vevé Calazans, gravada por Gal Costa e por vários outros intérpretes da música brasileira. Presente também em uma música do DVD Jorge Vercilo ao vivo, no qual ele cita o ritmo.

Candomblé Ketu

Candomblé Ketu (pronuncia-se queto) é a maior e a mais popular "nação" do Candomblé, uma das Religiões afro-brasileiras.

No início do século XIX, as etnias africanas eram separadas por confrarias da Igreja Católica na região de Salvador, Bahia. Dentre os escravos pertencentes ao grupo dos Nagôs estavam os Yoruba (Iorubá). Suas crenças e rituais são parecidos com os de outras nações do Candomblé em termos gerais, mas diferentes em quase todos os detalhes.

Os Orixás do Ketu são basicamente os da Mitologia Yoruba.

Olorun é o Deus supremo, que criou as divindades ou Orishas (Orixás). As centenas de orixás ainda cultuados na África, ficou reduzida à um pequeno número que são invocados em cerimônias:

Exu, Orixá guardião dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das pessoas, mensageiro divino dos oráculos.
Ogum, Orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia.
Oxóssi, Orixá da caça e da fartura.
Logunedé, Orixá jovem da caça e da pesca
Xangô, Orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.
Ayrà, Usa branco, tem profundas ligações com Oxalá e com Xangô.
Obaluaiyê, Orixá das doenças epidérmicas e pragas, Orixá da Cura.
Oxumaré, Orixá da chuva e do arco-íris, o Dono das Cobras.
Ossaim, Orixá das Folhas, conhece o segredo de todas elas.
Oyá ou Iansã, Orixá feminino dos ventos, relâmpagos, tempestades, e do Rio Niger
Oxum, Orixá feminino dos rios, do ouro, jogo de búzios, e amor.
Iemanjá, Orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, mãe de muitos Orixás.
Nanã, Orixá feminino dos pântanos e da morte, mãe de Obaluaiê.
Yewá, Orixá feminino do Rio Yewa.
Obá, Orixá feminino do Rio Oba, uma das esposas de Xangô
Axabó, Orixá feminino da família de Xangô
Ibeji, Orixá dos gêmeos
Irôco, Orixá da árvore sagrada, (gameleira branca no Brasil).
Egungun, Ancestral cultuado após a morte em Casas separadas dos Orixás.
Iyami-Ajé, é a sacralização da figura materna, a grande mãe feiticeira.
Onilé, Orixá do culto de Egungun
Oxalá, Orixá do Branco, da Paz, da Fé.
OrixaNlá ou Obatalá, o mais respeitado, o pai de quase todos orixás, criador do mundo e dos corpos humanos.
Ifá ou Orunmila-Ifa, Ifá é o porta-voz de Orunmila, Orixá da Adivinhação e do destino.
Odudua, Orixá também tido como criador do mundo, pai de Oranian e dos yoruba.
Oranian, Orixá filho mais novo de Odudua
Baiani, Orixá também chamado Dadá Ajaká
Olokun, Orixá divindade do mar
Olossá, Orixá dos lagos e lagoas
Oxalufon, Qualidade de Oxalá velho e sábio
Oxaguian, Qualidade de Oxalá jovem e guerreiro
Orixá Oko, Orixá da agricultura
Na África cada Orixá estava ligado originalmente a uma cidade ou a um país inteiro. Tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais. Sàngó em Oyó, Yemoja na região de Egbá, Iyewa em Egbado, Ogún em Ekiti e Ondô, Òsun em Ilesa, Osogbo e Ijebu Ode, Erinlé em Ilobu, Lógunnède em Ilesa, Otin em Inixá, Osàálà-Obàtálá em Ifé, subdivididos em Osàlúfon em Ifan e Òságiyan em Ejigbô

No Brasil, em cada templo religioso são cultuados todos os Orixás, diferenciando que nas casas grandes tem um quarto separado para cada Orixá, nas casas menores são cultuados em um único quarto de santo (termo usado para designar o quarto onde são cultuados os Orixás).

O Ritual de uma casa de Ketu, é diferente das casas de outras nações, a diferença está no idioma, no toque dos Ilus (Atabaque no Ketu), nas cantigas, nas cores usadas pelos Orixás, os rituais mais importantes são: Padê, Sacrifício, Oferenda, Sassayin, Iniciação, Axexê, Olubajé, Águas de Oxalá, Ipeté de Oxum,...

A língua sagrada utilizada em rituais do Ketu é o (Iorubá ou Nagô) é derivado da língua Yoruba. O povo de Ketu procura manter-se fiel aos ensinamentos das africanas que fundaram as primeiras casas, reproduzem os rituais, rezas, lendas, cantigas, comidas, festas, esses ensinamentos são passados oralmente até hoje. (ver oralidade)

As posições principais do Ketu (são chamados de cargo ou posto, em yoruba Olóyès , Ogãns e Àjòiès), em termos de autoridade, são:

O cargo de autoridade máxima dentro de uma casa de candomblé é o de Iyálorixá (mulher - mãe-de-santo) ou Babalorixá (homem - pai-de-santo. São pessoas escolhidas pelos Orixás para ocupar esse posto. São sacerdotes, que após muitos anos de estudo adquiriram o conhecimento para tal função. Existem casos que a pessoa escolhida através do jogo de búzios ainda não estar preparada para assumir o posto, nesse caso terá que ser assistida por todos Egbomis (meu irmão mais velho) da casa para obter o conhecimento necessário.

Iyalorixá ou Babalorixá: A palavra iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai.
Iyakekerê (mulher): mãe pequena, segunda sacerdotisa.
Babakekerê (homem): pai pequeno, segundo sacerdote.
Iyalaxé (mulher): cuida dos objetos ritual.
Agibonã: mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação
Egbomi: Ou Egbomi são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: meu irmão mais velho).
Iyabassê: (mulher): responsável pela preparação das comidas-de-santo
Iaô: filho-de-santo (que já incorpora Orixás).
Abiã ou abian: Novato.
Axogun: responsável pelo sacrifício dos animais. (não entram em transe).
Alagbê: Responsável pelos atabaques e pelos toques. (não entram em transe).
Ogâ ou Ogan: Tocadores de atabaques (não entram em transe).
Ajoiê ou ekedi: Camareira do Orixá (não entram em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Gantois, de "Iyárobá" e na Angola, é chamada de "makota de angúzo", "ekedi" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil.

SACERDOTISAS

Maria Purificação Lopes ou Mãe Bada (corruptela do posto religioso Badarawo, "aquela que sustenta o segredo religioso; o mistério", também 'Olufan Deyi era filha de Oxoguiã, apesar do nome Olufã Deiy remontar a Oxalufã; de pais e mães africanos, nasceu em Salvador nos meados do século XIX, vindo a falecer em 1941. Segundo os relatos, falava "enrolado", a exemplo das velhas tias dos terreiros, vestindo-se o tempo todo com roupas litúrgicas. Mãe Aninha a chamava de Mãe. Bada a acompanhara na fundação do Axé desde a saída de Mãe Aninha do tradicional Engenho Velho (Casa Branca). Todos os membros da comunidade do Ilê Axé Opô Afonjá de outrora, chamavam-na "minha avó Bada".

Mãe Bada ficou pouco tempo na direção do Opô Afonjá, pois já estava bastante velha e com pouca saúde. Neste intervalo só foi possível recolher (em meados de 1939) o barco dos seguintes iaôs: Antonieta de Omolu (por rmuito tempo a Dagã do Axé Opô Afonjá); Honorina de Ossain ( a Iyá Efun); José de Xangô (filho de Honorina), Dulce de Iemanjá e Senhorazinha de Oxum, todos já falecidos.

Mãe Bada ajudou muitos terreiros a solidificarem-se, a exemplo do reconhecido Oxumarê, na Avenida Vasco da Gama, em Salvador, e o terreiro de Ciriaco (Manuel Ciríaco de Jesus). Neste último, no ano de 1936 iniciou na nação iorubá (nagô, ketu)o jovem Taoiá (falecido) e a menina Carmelita Luciana de Souza (Carmelita Luciana Pinto, depois do casamento), então com sete anos. Carmelita (Carmélia) também filha de Oxoguiã é conhecida por "Xagui". Mãe Xagui, quase octogenária, é a iyalorixá de terreiro sito no Pero Vaz (Salvador) fundado por sua mãe Archanja Maria de Brito (Cassutu) filha de Xangô iniciada pela gaucha Maria Nenem, a qual fora igualmente a mãe-de-santo de Ciriaco e Bernardino do tradicional terreiro angola Bate Folha.



Maria Bibiana do Espírito Santo - Oxum Muiwà, também era conhecida como Mãe Senhora, filha legítima de Félix do Espírito Santo e Claudiana do Espírito Santo, nascida em 31 de março de 1900, na Ladeira da Praça em Salvador, Faleceu em 22 de fevereiro de 1967.

Era descendente da tradicional família Asipa, originária de Oyo e Ketu, importantes cidades do império Yoruba. Sua trisavó, Sra. Marcelina da Silva, Oba Tossi, foi uma das fundadoras da primeira casa da tradição nagô no Brasil o Ilê Axé Aira Intile, depois Ilê Iya Nassô.

Foi Iyalorixá do Ilê Opô Afonjá no período de 1942-1967.

Mãe Ondina de Oxalá

Ondina Valéria Pimentel, Mãe Ondina, Mãezinha (?, 8 de fevereiro de 1916 — ?, 19 de março de 1975) foi uma sacerdotisa afro-brasileira.

Foi iniciada em 1921 e Mãe Aninha sua Iyalorixá a fez Iyakekerê de seu terreiro. Devido a sua pouca idade não pode por morte de sua Iya tomar o posto ficando a Ossidagã confirmada como Iyalorixá.

Por morte de Mãe Senhora tomou posse como Iyalorixá do Ilê Axé Opo Afonjá fundado em 1910. Era filha do Balé Xangô José Teodoro Pimentel e descendente dos fundadores dos Terreiros do Mocambo e Terreiro do Tuntun em Itaparica, respectivamente o africano Marcos Pimentel e seu filho Marcos Teodoro Pimentel que trouxeram para o Brasil o assento de Baba Olokotun um dos ancestrais do povo nago e fundaram o Ilê Olokotun.

Mãe Ondina possuía casa no Rio de Janeiro, onde iniciou muitas pessoas que trazia de Salvador assim como levava do Rio e as iniciava em Salvador. Costumava dizer que aqui ou lá a mão era a mesma.

SACERDOTISAS


Nome - período que exerceu o cargo

Mãe Aninha - 1909-1938
Mãe Bada de Oxalá - 1939-1941
Mãe Senhora - 1942-1967
Mãe Ondina de Oxalá - 1969-1975
Mãe_Stella_de_Oxóssi - 1976
Eugênia Ana dos Santos (Salvador, 13 de julho de 1869 — 3 de fevereiro de 1938), foi uma importante sacerdotisa do Candomblé.

Biografia
Nascida na freguesia de Santo Antônio Além do Carmo, de uma família africana, Annió (Sérgio dos Santos) e Azambrió (Lucinha Maria da Conceição), da nação Grunci - Mãe Aninha, Oba Biyi, assim era conhecida, seu Orixá era Xangô, foi iniciada por Oba Tossi Marcelina da Silva segunda Iyalorixá da Casa Branca do Engenho Velho.

Auxiliada por Joaquim Vieira da Silva, Obasanya, um africano vindo do Recife e saudado no padê como Essá Oburô, fundaram o Terreiro chamado Centro Cruz Santa do Axé do Opó Afonjá, que foi instalado em 1910, em São Gonçalo do Retiro, depois do Axé ter funcionado provisoriamente no lugar denominado Camarão, no bairro do Rio Vermelho, foi a primeira Iyalorixá da casa, no período de 1909-1938.

Donald Pierson, em "Brancos e pretos na Bahia" 1971, conta que Mãe Aninha não sabia escrever mas falava francês e tocava piano, se vestia à moda da Costa e era conhecida pelo espírito aguerrido, Aninha integrava a elite de mulheres comerciantes da antiga Salvador. Foi companheira do Babalorixá Hilário Remídio das Virgens - Ojuobá por muitos anos

Mãe Aninha exercia a função de quitandeira, vendendo os produtos obtidos na roça que comprara no Alto de São Gonçalo do Retiro, em 1910, local onde definitivamente instalou-se o terreiro do Afonjá.

Era filha de africanos grunci, mas sua iniciação nos mistérios da religião foi com os nagôs da "Casa Branca".

Tornou-se respeitada e querida na Capital baiana, passando parte de sua vida no resgate e manutenção das tradições religiosas africanas, para cuja liberdade de credo lutou, tendo inclusive falado ao então Presidente-ditador Getúlio Vargas, e buscado ligações com a Igreja Católica - numa época em que esta ditava as regras de quem e o quê poderia ser tolerado.

Participou, em 1936 do II Congresso Afro-Brasileiro, falando sobre alimentação litúrgica.

Foi sucedida por Mãe Bada de Oxalá.







Eugenia Anna dos Santos - Mãe Aninha, Oba Biyi

SACERDOTISAS


Nome - período que exerceu o cargo

Mãe Aninha - 1909-1938
Mãe Bada de Oxalá - 1939-1941
Mãe Senhora - 1942-1967
Mãe Ondina de Oxalá - 1969-1975
Mãe_Stella_de_Oxóssi - 1976
Eugênia Ana dos Santos (Salvador, 13 de julho de 1869 — 3 de fevereiro de 1938), foi uma importante sacerdotisa do Candomblé.

Biografia
Nascida na freguesia de Santo Antônio Além do Carmo, de uma família africana, Annió (Sérgio dos Santos) e Azambrió (Lucinha Maria da Conceição), da nação Grunci - Mãe Aninha, Oba Biyi, assim era conhecida, seu Orixá era Xangô, foi iniciada por Oba Tossi Marcelina da Silva segunda Iyalorixá da Casa Branca do Engenho Velho.

Auxiliada por Joaquim Vieira da Silva, Obasanya, um africano vindo do Recife e saudado no padê como Essá Oburô, fundaram o Terreiro chamado Centro Cruz Santa do Axé do Opó Afonjá, que foi instalado em 1910, em São Gonçalo do Retiro, depois do Axé ter funcionado provisoriamente no lugar denominado Camarão, no bairro do Rio Vermelho, foi a primeira Iyalorixá da casa, no período de 1909-1938.

Donald Pierson, em "Brancos e pretos na Bahia" 1971, conta que Mãe Aninha não sabia escrever mas falava francês e tocava piano, se vestia à moda da Costa e era conhecida pelo espírito aguerrido, Aninha integrava a elite de mulheres comerciantes da antiga Salvador. Foi companheira do Babalorixá Hilário Remídio das Virgens - Ojuobá por muitos anos

Mãe Aninha exercia a função de quitandeira, vendendo os produtos obtidos na roça que comprara no Alto de São Gonçalo do Retiro, em 1910, local onde definitivamente instalou-se o terreiro do Afonjá.

Era filha de africanos grunci, mas sua iniciação nos mistérios da religião foi com os nagôs da "Casa Branca".

Tornou-se respeitada e querida na Capital baiana, passando parte de sua vida no resgate e manutenção das tradições religiosas africanas, para cuja liberdade de credo lutou, tendo inclusive falado ao então Presidente-ditador Getúlio Vargas, e buscado ligações com a Igreja Católica - numa época em que esta ditava as regras de quem e o quê poderia ser tolerado.

Participou, em 1936 do II Congresso Afro-Brasileiro, falando sobre alimentação litúrgica.

Foi sucedida por Mãe Bada de Oxalá.







Eugenia Anna dos Santos - Mãe Aninha, Oba Biyi