quinta-feira, 22 de maio de 2008

Mãe Stella de OxóSSI



Mãe Stella de OxóSSI
Ilê Axé Opó Afonjá, (Casa de Força Sustentada por Afonjá), Centro Cruz Santa do Axé do Opó Afonjá,

Maria Stella de Azevedo Santos, conhecida como Mãe Stella de Oxóssi, Iya Odé Kayode, (Salvador, 2 de maio de 1925), a quarta filha de Esmeraldo Antigno dos Santos e Thomázia de Azevedo Santos.

Órfã em tenra idade, foi adotada pela irmã de sua mãe D. Archanja de Azevedo Fernandes, esposa do tabelião e proprietário de cartório José Carlos Fernandes.

É irmã da bibliotecária aposentada Milta de Azevedo Santos, Adriano de Azevedo Santos, José de Azevedo Santos e dos falecidos Corintha e Belanísia de Azevedo Santos.

É a Iyalorixá do Candomblé uma das religiões afro-brasileiras. Foi iniciada por Mãe Senhora em 1939 e tomou posse como Iyalorixá do Ilê Axé Opó Afonjá por morte de Mãe Ondina de Oxalá. É a quinta sacerdotisa do Candomblé de São Gonçalo do Retiro, dirigindo o Opó Afonjá desde o dia 19 de junho de 1976.

Mãe Stella estudou no tradicional colégio baiano Nossa Senhora Auxiliadora, dirigido pela professora soteropolitana D. Anfrísia Santiago. É enfermeira aposentada (funcionária pública estadual) formada pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, com especialização em Saúde Pública. Exerceu a profissão por mais de trinta anos.

Notabilizou-se por ser a primeira iyalorixá de um terreiro tradicional a combater o sincretismo religioso com a Igreja Católica.

Em 1980 fundou o Museu Ohun Lailai: o primeiro de um terreiro de candomblé, auxiliada pela psicóloga Vera Felicidade de Almeida Campos, a Oni Kowê do Opô Afonjá. É a presidente emérita do Instituto Alaiandê Xirê, de quem fora a presidente fundadora.

Sacerdotisa de vanguarda é respeitada por suas idéias no longo do território nacional e muitos outros paises. Tem proferido palestras e participado de seminários em diferentes partes do Brasil e do mundo.

Em 2001 ganhou o prêmio jornalístico Estadão na condição de fomentadora de cultura.

Em 2005, ao completar oitenta anos, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal da Bahia. É detentora da comenda Maria Quitéria (Prefeitura do Salvador), Ordem do Cavaleiro (Governo da Bahia) e da comenda do Ministério da Cultura.

A história do Terreiro do Axé Opô Afonjá (outros Nomes: Terreiro de Candomblé do Axé Opô Afonjá; Ilê Axé Opô Afonjá) assim como a do Terreiro do Gantois, está intimamente vinculada ao Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho.

Este é o terreiro mais antigo de que se tem notícia e o que, segundo vários autores, serviu de modelo para todos os outros, de todas as nações. Um grupo dissidente do Terreiro da Casa Branca, comandado por Eugênia Anna dos Santos, fundou, em 1910, numa roça adquirida no bairro de São Gonçalo do Retiro, o Terreiro Kêtu do Axé Opô Afonjá.

O terreiro ocupa uma área de cerca de 39.000 m2. As edificações de uso religioso e habitacional do terreiro, ocupam cerca de 1/3 do total do terreno, em sua parte mais alta e plana, sendo o restante ocupado pela área de vegetação densa que constitui, nos dias de hoje, o único espaço verde das redondezas.





Filhas-de-santo do Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá

Por força da topografia do terreno, as edificações do Axé Opô Afonjá se distribuem mais ou menos linearmente, aproveitando as áreas mais planas da cumeada, tornando, no acesso principal, um "terreiro" aberto em torno do qual se destacam os edifícios do barracão, do templo principal - contendo os santuários de Oxalá e de Iemanjá -, da Casa de Xangô e da Escola Municipal Eugênia Anna dos Santos.

A organização espacial do Axé Opô Afonjá mantém as caracteríticas básicas do modelo espacial típico do terreiro jejê-nagô. Esses mesmos elementos, são também encontrados nos terreiros da Casa Branca e do Gantois, apenas com uma diferença: no Axé Opô Afonjá o barracão é uma construção independente, ao passo que nos dois outros terreiros ele está incorporado ao templo principal.

Sacerdotisas

Nome - período que exerceu o cargo

Mãe Aninha - 1909-1938
Mãe Bada de Oxalá - 1939-1941
Mãe Senhora - 1942-1967
Mãe Ondina de Oxalá - 1969-1975
Mãe_Stella_de_Oxóssi - 1976
Alaiandê Xirê - Semana Cultural da Herança Africana - Salvador - Bahia





Mãe Olga de Alaketu, Ministro da Cultura Gilberto Gil e Mãe Stella de Oxóssi

O 6° Alaiandê Xirê reuniu em 28/08/2003 no terreiro do Ilê Axé Opô Afonjá, músicos-sacerdotes do candomblé de várias nações para discutir a herança africana e realizar o primeiro seminário 'Xangô na África e na diáspora'.

É o Festival Internacional de Alabês, xicarangomas e runtós que reune os melhores músicos sacerdotes do Brasil e do exterior.

Teve a participação do Ministro da Cultura Gilberto Gil (iniciado no terreiro), palestra do antropólogo Vivaldo da Costa Lima, apresentação da Oficina de Frevos e Dobrados, do maestro Fred Dantas, e lançamento do livro Ao sabor de Oiá, de Cleo Martins, coordenadora geral do evento. Expressão em iorubá que significa algo como 'a festa do grande tocador', o Alaiandê Xirê é uma espécie de celebração da música sacra das diferentes nações do candomblé, participam terreiros como a Casa Branca, Gantois, Bate Folha, Bogum e Pilão de Prata, entre outras.

Os temas são variados, indo da própria mitologia dos orixás a questões mais contundentes como ética e intolerância religiosa. Ou ainda - um ponto sempre polêmico -, o momento do transe.

A primeira mesa, Xangô, Oxum, Oiá e Obá nas diferentes nações conta com professores americanos, franceses e espanhóis. Nas demais, nomes ligados ao cinema e teatro (Chica Xavier, Clementino Kelé, Márcio Meirelles), literatura (Antonio Olinto e Ildásio Tavares), antropologia (Júlio Braga, Raul Lody, Angela Lühning), psicologia (Monique Augras, Antonio Moura, Jorge Alakija), direito (Itana Viana, Pedreira Lapa) e religião (monge Dom Anselmo, irmã Paola Pedri). Além, claro, de representantes do próprio candomblé, como o pai-de-santo gaúcho Walter Calixto, Pai Borel, que é Ogan alabê e vai falar de sua resistência religiosa no Rio Grande do Sul.

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